segunda-feira, 12 de março de 2012

Atividade Direcionada 2: Tujona


TUJONA

INTRODUÇÃO


A α-Tujona é um monoterpeno que ocorre em muitas plantas, incluindo espécies dos gêneros Artemisia e Salvia. Devido aos seus efeitos alucinógenos, é o componente psicotrópico do absinto, bebida cujo uso recreacional atingiu a popularidade no século XIX e começo do século XX. Os efeitos agudos da α-tujona incluem, principalmente, convulsões, enquanto a ingestão crônica do absinto pode levar a alucinações, sonolência, tremores, convulsões e paralisia, uma síndrome chamada absintismo (PASSOS, 2009).


Como já foi referido o principal constituinte ativo e tóxico é a tujona. Esta é um composto quiral, mas somente um dos estereoisômeros, α-tujona, revela toxicidade apesar de existir em menor quantidade do que o outro estereoisômero.



TOXICIDADE

Verificou-se que a α-tujona atua como um bloqueador não competitivo dos canais de cloretos acoplado ao receptor GABA (ácido gama-aminobutírico) do subtipo A. Quando o receptor se encontra bloqueado, há uma hiperexcitabilidade neuronal e a sinalização fica descontrolada. Pensa-se que a ação convulsionante da tujona deriva da modelação do receptor GABA A. Outro mecanismo pelo qual a tujona pode atuar é através da interação com o receptor da serotonina. Há uma redução da atividade dos receptores serotonérgicos do tipo 3, mas não se sabe se a sua ação inibitória nas respostas serotonérgicas contribui para os efeitos comportamentais da tujona. São também conhecidos os efeitos anti-nociceptivos da α-tujona.

Outras das possibilidades para a toxicidade da tujona é o efeito dos seus metabólitos. Apesar do metabolismo da tujona em humanos não ser conhecido, estudos em ratos e em coelhos sugerem que a α-tujona era rapidamente metabolizada no cérebro e no fígado. Estudos feitos em ratos revelaram que o citocromo P450 converte rapidamente, por oxidação,a α-tujona em majoritariamente 7-hidroxi-α-tujona. A α-tujona quando comparada com a 7-hidroxi-α-tujona é 56 vezes mais potente e mais tóxica.


Acreditava-se que o absintismo seria caracterizado por danos cerebrais, problemas gastrointestinais, risco de distúrbios psiquiátricos e suicídio. Devido ao grande consumo de absinto no século XIX, não se sabe se formas severas de alcoolismo foram descritas erradamente como absintismo. Atualmente são consumidos cerca de 2-4 mg de tujona por copo, estando esta quantidade muito longe da dose capaz de provocar efeitos farmacológicos agudos. Se for ingerida uma dose de absinto que gere uma concentração sanguínea de álcool superior a 2,5 g/l, a quantidade correspondente de tujona consumida é aproximadamente 3,5 mg (0,005 mg/kg peso corporal). Nesta magnitude é muito improvável que efeitos centrais sejam causados pela tujona (Universidade do Porto, 2012). Através de uma revisão crítica da literatura é possível concluir que o abuso crônico de absinto não causa uma síndrome distinto do alcoolismo.Devido ao elevado nível de etanol, o absinto apresenta todas as interações reportadas às bebidas alcoólicas.

LIMITES LEGAIS

Acerca da concentração alcoólica, para que o absinto pudesse ser comercializado no Brasil, teve sua gradação alcoólica diminuída de 57% para 53,5%, sendo mais da metade é álcool puro. Tudo porque a legislação brasileira não permite gradação superior a 54º GL. Apesar de a porcentagem original ser de 68%, o absinto continua sendo a bebida mais forte do mundo (Istoé, 2012).

O limite é de ape­nas 10mg de tu­jona pa­ra ca­da qui­lo da be­bida. O que, mes­mo as­sim, a tor­na a be­bida ma­is for­te ven­di­da ho­je no País. A ca­chaça, por exemp­lo, pos­sui te­or al­coóli­co de 38% a 49%%, a vod­ka de 40% a 50%; e o uísque 43%. Nos out­ros países on­de o ab­sinto é li­bera­do, sua por­centa­gem al­coóli­ca va­ria ent­re o 50% e 85%. Pa­ra mel­hor sa­bore­ar o ab­sinto, ele de­ve ser ser­vi­do com ge­lo e um po­uco d’água. Des­ta for­ma, seu te­or al­coóli­co aba­ixa pa­ra 25%, si­milar te­or al­coóli­co de uma ca­ipi­rin­há (Uniland, 2012).

MÉTODOS DE DETECÇÃO

Segundo Miranda (2008), a tujona é uma cetona monoterpênica bicíclica saturada, derivada da losna, constituinte do óleo essencial, portanto sua derteminação pode ser por cromatografia líquída de alta eficiência acoplado a uma espectometria de massa (CLEA – EM). Utilizando como amostra soro e urina, já que é eliminada na urina sem alteração em sua estrutura.

Outros métodos analíticos:

· Cromatografia camada delgada e Cromatografia gasosa.

· Testes alergicos: Art v I, Art v II e Ag1-12.

· Cromatografia gasosa acoplada a espectro de massas (JAKIEMIU, 2008)

ATIVIDADE DIRECIONADA 1

1) O que você entende por Análises Toxicológicas?

São testes realizados com fins de identificação e/ou quantificação de constituintes tóxicos capazes de causar quaisquer danos ou injúrias ao ambiente ou a um indivíduo, presentes em determinados meios, de modo a permitir avaliar o grau de intoxicação inerente.


2) Quais os tipos de análises toxicológicas você conhece? Cite.

- Análises de doping;

- Análises forenses;

- Monitorização terapêutica;


3) Você ou alguém que você conhece já foi submetido a alguma análise toxicológica? Qual?

81,8% responderam NÃO*

(*Izadora, Max, Thayse, Mariana, Mayara, Luana, Nataly, José Valmir, João Carlos)

18,2% responderam SIM

“Sim, conheço alguém que já fui submetido à análise toxicologia. Trabalhava no laboratório de análises clínicas e fazia coletas sanguíneas em usinas de cana de açúcar em trabalhadores que tinha cotato com venenos de proteção contra insetos, pelo menos umas 3 usinas no mês para dosagem da enzima colinesterase total, para verificar contaminação por organofosforados.(Fábio Correia)

“Sim. Meu tio foi submetido ao teste do bafômetro, para verificar a quantidade de álcool em seu organismo.” (José Clementino)


4) Exemplifique e discuta um caso conhecido (domínio público) de avaliação toxicológica analítica e suas considerações?



O caso do cantor Michael Jackson foi um dos mais falados pela imprensa, onde após ter usado altas doses de anestésicos propofol e de outras possíveis substâncias, acabou morrendo. Foram realizados exames de sangue para ser confirmado o uso do anestésico em questão. O seu médico foi julgado e considerado culpado já que foi o mesmo quem prescrevia os medicamentos que o cantor usava, pois o mesmo já vinha sofrendo com problemas para dormir e fazia uso de outros medicamentos, que com o tempo não foram surtindo mais efeito, tendo que passar para outros mais fortes, dessa forma o seu coração não aguentou, levando a óbito.





Amy Whinehouse. Ela foi encontrada morta em sua residência com indícios de alta ingestão de álcool e outras drogas. Análises toxicológicas posteriores revelaram excesso de álcool, entre outras drogas, no organismo da cantora, caracterizando morte por overdose.







Caso do nadador César Cielo, onde identificaram o diurético furosemida em sua urina. O caso foi investigado e descobriram que houve uma contaminação das cápsulas de suplemento alimentar do atleta, por partículas ainda presentes na encapsuladora de uma manipulação anterior não higienizada corretamente.


5) Você pretende utilizar os conhecimentos em análises toxicológicas na sua vida profissional? Explique como. Para isto, quais assuntos você espera que seja abordado neste semestre, durante esta disciplina?

“Pretendo utilizar em uma possível carreira acadêmica, mestrado e doutorado, através da realização de experimentos in vivo ou in vitro, avaliando a toxicidade de determinadas plantas medicinais.” (José Clementino)

“Para a profissão de perito, ou ainda e com certeza na minha vida profissional de farmacêutico em sua excência, adquirindo e transmitindo informações toxicológicas sobre medicamentos. Espero que sejam esclarecidas, se existentes, as possíveis análises toxicológicas experimentais.” (Luana Rodrigues)

“Sim. Pois posso necessitar em algum emprego futuro, como por exemplo, em algum laboratório de análises clínicas ou na perícia da polícia civil ou federal, quem sabe. A forma de desenvolvimento de algumas técnicas laboratoriais de análises toxicológicas para o entendimento e interpretação dos exames, toxicologia forense.” (Mariana Santos)

“Sim, nos laboratórios hospitalares, para a detecção de substancias. Os assuntos que pretendo ver são os métodos utilizados para as análises toxicológica e onde essas análises podem ser empregadas.” (Mayara Canuto)

“Sim. Interesso-me bastante pelos estudos das análises forenses depois de conhecer de perto estudos pos-morten e da Toxicologia clínica no que se refere à monitorização terapêutica de grupos de pacientes vulneráveis a certos tipos de medicamentos. Espero poder aprender na prática sobre emergências toxicológicas, saber como realizar uma monitorização terapêutica e conhecer um pouco mais acerca das técnicas utilizadas em Toxicologia.” (Max Viana)

Depende da área que eu irei seguir, como pouco sei do que retrata a disciplina, acredito que haja uma interdisciplinariedade nos assuntos, de forma a me exigir conhecimento básico para que eu possa acompanha-los durante o decorrer do semestre.(Izadora Izidoro)

“Pretendo utilizar esses conhecimento na minha vida profissional a fim de esclarecer e alertar a população da importancia dessas análises quer seja para a sociedade,ciência, saúde do indivíduo. Espero que sejam abordados temas como os métodos de análise, identificação e caracterização, quantificação de constituintes químicos e biológicos que apresentem riscos de toxicidade para o ser humano, bem como sirvam para caracterizar situações.” (Nataly Miranda)

Sim. Análises de doses tóxicas de medicamentos que possam alterar néveis de algumas taxas no sangue. Avaliar possíveis riscos a pacientes que usam continuamente uma determinado medicamento, e para uma nova experiência profissional em perícia de identificação de drogas.(Thayse Agra)

Sim. Gosto muito da área de Forence e Análises Clínica, nessas utilizam-se muito de análises toxicológica, área onde pretendo atuar na minha vida profissional. Em relação aos assuntos, gostaria de está vendo mais na prática como tudo isso funciona, pois já foi possível ver teoria em outras matérias das técnicas e metodologias.(Fábio Correia)

“Sim. Mas, futuramente, a depender da área farmacêutica que irei seguir. Espero saber sair de uma situação de emergência tanto na vida profissional como em uma situação do cotidiano.” (José Valmir)