sexta-feira, 6 de abril de 2012

Procedimentosforenses. Relato de caso: intoxicação por cloro como causa mortis
Alberto Felipe do Nascimento Santos1, Esterfany Ferreira Cavalcante1, Fábio Correia da Silva1,
Izadora Izidoro da Fonsêca1, João Carlos de Gusmão Cavalcante Junior1, José Clementino Neto1,
José Valmir Paulino da Silva1, Kattiucy Gabrielle da Silva Brito1,Lívia do Carmo Silva1,
Luana Rodrigues da Silva1, Mariana da Silva Santos1, Max Denisson Maurício Viana1,
Mayara Silva Canuto1,Naélia Monique Moreira Brito Silva1 ,Nataly Miranda do Nascimento1,
Prycila Rodrigues Feitoza1, Rai Costa Nogueira Nunes1, Rita de Cassia Mourade Barros Mendes1,
Thayse Pereira Agra1, Yasmmim Machado Magalhães1


1- Estudantes degraduação do curso de farmácia da Universidade Federal de Alagoas


RESUMO

O gás cloro liquefeito é umirritante primário das vias respiratórias, por meio de inalação, pele e olhos,ocorre a entrada no organismo, afetando sistemas e órgãos. A coleta varia deacordo com o tipo de amostra a ser analisada. Os fluidos líquidos deverão sercolhidos através de dispositivos próprios para coleta deste tipo de material,composto por haste longa, flexível, com ponta de algodão (denominados swab)ou gaze. Em caso dos vestígios estarem contidos em objetos que possam sercortados como carpetes, tapetes e madeira, o fragmento com a mancha deverá serrecortado com o auxílio de tesoura ou bisturi. Deverão ser retirados fragmentosou partes inteiras de tecidos, órgãos, dentes e ossos com a utilização depinças, evitando-se mistura de materiais. Estas amostras biológicas podem seranalisadas por diversos métodos, sendo eles: Espectrometria, CromatografiaLíquida de Alta Eficiência, CromatografiaGasosa acoplada à espectrometria de massas,Cromatografia em fase gasosa, Cromatografia em camada delgada, Spot Test eImunoensaios.
Palavras-chaves:análises toxicológicas, coleta, amostra, métodos.


ABSTRACT

The chlorine gas is liquefied a primary irritation of the respiratorytract, in inhalation, skin and eyes, there is imput in the body organ systemsaffected. The collection varies with the type of sample to be analyzed. Theliquid fluids must be picked up with elements for collecting such material,composed of long rod, flexible cotton-tipped (called swab) or gauze. If the remainsare contained in objects that can be cut as carpets, rugs and wood, thefragment with the stain should be cut with the aid of scissors or scalpel.Should be removed fragments or portions of whole tissues, organs, bones andteeth with the use of clamps, avoiding mixing of materials. These biologicalsamples can be analyzed by various methods, namely: Spectrometry, HighPerformance Liquid Chromatography, Gas Chromatography coupled to massspectrometry, Gas chromatography, thin layer chromatography, Spot Test, andImmunoassays.
Keywords: toxicological analyses, collection, sample,methods.

INTRODUÇÃO

O gás cloro liquefeitoé um irritante primário das vias respiratórias, por meio de inalação, pele eolhos, ocorre a entrada no organismo, afetando sistemas e órgãos.
Como efeito adverso, através da inalação pode causar tosse, irritação dasmucosas, dor de cabeça, inquietação e sensação de sufocamento. Exposição aaltas concentrações causam pneumonia e edema pulmonar. Na pele, o contato podecausar queimaduras e destruição dos tecidos. O gás cloro também pode causarqueimaduras por congelamento, decorrente da baixa temperatura. Nos olhos, asaltas concentrações no ar ou contato direto, podem causar queimaduras. Se ingerido,ocasiona hipersecreção de mucosas e, posteriormente redução da capacidaderespiratória.
Em relação àsinformações toxicológicas, a toxicidade aguda causa extrema irritação equeimaduras nos olhos e pele, tosse, dificuldade em respirar, inquietação, espirros,catarro/vômito e até morte por sufocação ou pneumonia química. A toxicidadecrônica é acarretada pelas baixas concentrações de gás cloro no ar.
Nas informaçõesecológicas, levam-se em consideração todos os efeitos ambientais, comportamentaise de impactos do produto, como impactoambiental, onde na água, tem toxicidade moderada e no ar a toxicidade éelevada. O produto é inorgânico, e não está sujeito a biodegradação.
A coleta de uma amostra tanto do gás cloro, como deoutra substância segue os procedimentos dispostos na Resolução SSP Nº. 194 / 99, que estabelece normas para coleta e exame de materiais biológicos paraidentificação humana. Durante qualquer coleta de materialbiológico é imprescindível a utilização de luvas descartáveis, para que se evitecontaminação exógena. Todos os instrumentos e materiais utilizados na colheitadeverão ser estéreis. Cada vestígio eleito para coleta deverá ser fotografado,ter sua origem descrita em relatório individual de identificação, indicando adata e a natureza da ocorrência; o local, a forma e as condições da coleta; ohorário em que foi coletado, consignando-se, quando possível, o tempoaproximado após o crime; bem como a forma utilizada para acondicionamento epreservação. Todo material úmido coletado deverá permanecer em embalagemplástica pelo tempo máximo de duas horas. Para que se evite a degradação e acontaminação por microrganismos, o material a ser analisado, quando úmido,deverá ser necessariamente seco antes de seu acondicionamento final.
As análises Toxicológicas apresentam importânciacrucial no auxílio-diagnóstico das intoxicações nas diferentes áreas daToxicologia. Evidencia-se assim a importância de reconhecer os aspectosanalíticos que envolvem estas análises que, por se revestirem de característicaspróprias, apresentam como pressuposto o caráter inequívoco da informação.
Um resultado analítico para ser inequívoco precisaser gerado em nível de excelência e, para tanto os preceitos da Segurança (Garantia) da QualidadeAnalítica devem ser observados. Envolvemos procedimentos e processos administrativos e técnicos que controlam aqualidade dos resultados provenientes dos ensaios realizados no Laboratório eque tornam possível decidir sobre a confiabilidade dos resultados. Adetecção de uma substância deve ser feita através de métodos de triagem econfirmada por técnica diferente daquela utilizada na triagem. De maneira geralpreconiza-se que o método de confirmação deve ser mais específico e apresentarlimite de detecção menor que o teste de triagem, para o alvo analítico.
Baseado nessas informações este artigo tem comoobjetivo observar a conduta adotada em coleta de amostras durante procedimentosforenses; identificar os principais métodos de análises dessas amostras einvestigar as causas de uma intoxicação por cloro em uma indústria.


PROCEDIMENTOS FORENSES
Coleta das Amostras

Para fazer uma inspeçãogeral em um indivíduo deve-se analisar a superfície corpórea em geral, cavidadeoral, região genital e região anal, sendo colhidos os vestígios biológicos enão biológicos que forem sendo encontrados. A informação obtida sobre oevento(s) associada ao exame físico orientará a coleta correta da amostra. Nahora da coleta da amostra deve respeitar tanto o indivíduo como a amostra,garantindo acondicionamento, requisição dos exames e a cadeia de custódia,seguindo as especificações para cada tipo de amostra a ser coletada.
A amostra biológica édividida em convencional e não convencional. As convencionais são: Urina,sangue, ar exalado, conteúdo gástrico, vísceras (fígado, rim e cérebro) e humorvítreo (putrefatos), já as não convencionais são: cabelo – exposiçõespregressas (ex. histórico do caso), suor – controle continuado (ex. presídios),mecônio – exposições pregresso (ex. recém-nascidos), fluido oral - exposiçãorecente / boa correlação com alterações comportamentais (ex. trânsito,emergência pediátrica). As vantagens das amostras convencionais são: coleta não-invasiva;disponibilidade de grandes volumes de amostra; concentração alta da droga e/ouproduto de biotransformação, métodos padronizados e valores de aceitação bemdefinidos e período de detecção pode ser até em horas e tem como desvantagens:coleta constrangedora; facilidade de adulteração da amostra, dificuldade decoletas pediátricas e em pacientes inconscientes; não reflete uso recente;baixa correlação dose com o efeito. (LINBERGER P.R. (2010) – MatrizesAlternativas para realização de Análises Toxicológicas Forenses.)
O acondicionamento deamostras biológicas para estudos genéticos e biologia forense deve serrealizado em conservantes ou materiais que evite contaminação tanto da amostracomo do trabalhador. Na coleta sanguínea por punção capilar na polpa de umdedo, com lanceta – fazer mancha AM cartão absorvente próprio; ou por punçãovenosa (2,5ml) – acondicionar em tubo com anticoagulante K3-EDTA ou fazermancha em cartão, quando não consegue um raspado bucal.
Asamostras a ser coletadas dependerão de cada caso, designando-se no que serefere à informação captada do indivíduo, pois à possibilidade de encontrarvestígios em diferentes localidades, dessa forma não serão coletada todas asamostras, mas apenas aquelas que se revelarem pertinentes ao caso em estudo.

MÉTODOS DE ANÁLISES

As análises podem serfeitas em materiais não biológicos (como alimentos contaminados, água, embalagenscom medicamentos, frascos com inseticidas) e materiais biológicos.
Nos materiaisnão-biológicos, as análises devem ser dirigidas para o grupo farmacológico ouquímico em questão, após ser pesado e amostrado. Os métodos mais usados emtriagem de substâncias psicoativas são os colorimétricos e CCD, e os deconfirmação são CG e CLAE. A espectrometria de massas acoplada tanto à CGquanto à CLAE é a técnica de eleição porque é considerada padrão ouro devidosua especificidade.
Com os fluidosbiológicos, as análises podem ser divididas em 3 etapas: isolamento econcentração, diferenciação-detecção e identificação. Na etapa de diferenciação-detecção podem serusadas tais técnicas: imunoensaios, cromatografias e espectrometria; a detecçãodeve ser confirmada por técnica diferente daquela utilizada na triagem (MOREAU& SIQUEIRA, 2008).

Espectrometria

A sistemática daanálise toxicológica de urgência geralmente envolve um agente desconhecido,tornando-se um grande desafio identificar essa substância química, devido aogrande número de substâncias potenciais e a disponibilidade de quantidadeslimitadas na amostra.
Aurina é geralmente o material biológico de escolha, por apresentar elevadaconcentração das substâncias. As substâncias introduzidas no organismo, apósproduzirem seu efeito farmacológico ou tóxico, podem ser eliminadas intactas ousob a forma de seus produtos de biotransformação através da excreção renal.Entretanto, a via renal só é praticável quando o fármaco apresenta polaridadesuficiente, uma vez que o grau de ligação dos fármacos com as proteínasplasmáticas desfavorece a eliminação renal.
Aespectrometria é utilizada em análises quantitativas e qualitativas de produtose processos. Estas análises são possíveis porque a espectrofotometria tem comoresultado espectros que se relacionam com algumas características das substânciasanalisadas e do ambiente em que estão inseridas, podendo assim responder a umasérie de variáveis de produto e processo. Oslaboratórios de médio e pequeno porte, utilizam o espectrofotômetro, pois suemanejo é relativamente simples, podendo determinar pequenas quantidades detoxicante através de comparação dos espectros de ultravioleta de substâncias dereferência.
A pesquisa toxicológicade fármacos em material biológico, através da espectrofotometria, proporcionaum teste simples e rápido para a identificação do agente causal em eventos deintoxicação aguda, podendo excluir ou sugerir a presença de determinadasubstância.
Os métodosespectrofotométricos, na região do ultravioleta, no intervalo de 220 a 320nm,são indicados tanto para o reconhecimento quanto para a confirmação decompostos orgânicos extraídos de material biológico. Entretanto, sua utilizaçãoexige, antes de sua aplicação, uma padronização prévia do comportamento dassubstâncias de interesse. Dessa forma, é possível a identificação da substânciapresente no extrato, pela comparação dos valores de absorbância, obtidos nosdiversos comprimentos de onda, com os dos espectros de absorção usados comoreferência.
Cromatografia

Dentre os métodos paraanálise química de agentes tóxicos, a cromatografia tem se mostrado como umaferramenta valiosa para o isolamento e a identificação desses agentes emdiversos tipos de amostras, incluindo as ambientais, embora existam poucosmétodos simples para a identificação de agentes em amostras biológicas (MOREAU &SIQUEIRA, 2008).

Cromatografia em camada delgada (CCD)

A CCD é uma técnica muito semelhanteà cromatografia em papel, onde tem uma placa que é um suporte liso, geralmentevidro, revestido com substância em pó aderente, ou aderida através deaglutinante conveniente. O revestimento deve ser tão uniforme quanto possívelpara permitir separações limpas e reproduzíveis. As partículas utilizadas pararevestir a placa devem possuir um tamanho uniforme. A separação dos componentesda amostra é realizada pela técnica ascendente e revelada. A fase ligada ouquimicamente ligada é preparada reagindo alguns grupos hidroxílicos que seencontram na superfície do sólido, normalmente sílica, com hidrocarbonetosinsaturados por duplas ligações somente ou substituídos.
A CCD tem sidoempregada como método para a detecção de xenobióticos com finalidades forenses,podendo servir como um método qualitativo de triagem ou mesmo como ferramentadiagnóstica nos casos de intoxicação não fatais, quando a confirmação dodiagnóstico facilita a escolha do melhor regime terapêutico. Verificou-setambém a aplicabilidade da CCD como método de detecção de carbamatos, warfarinae estricnina (XAVIER et al, 2007).

Cromatografia em fase gasosa (CG)

A CG é uma das técnicasanalíticas mais utilizadas, por possuir um alto poder de resolução. É muitoatrativa devido à possibilidade de detecção em escala de nano a picogramas, ouseja, tem grande sensibilidade, podendo separar misturas complexas com até 200compostos muito semelhantes. Há uma limitação que é a necessidade de que aamostra seja volátil ou estável termicamente, embora amostras não-voláteis ouinstáveis possam ser derivadas quimicamente. A amostra é vaporizada e introduzida em um fluxo de um gás adequadodenominado de fase móvel ou gás de arraste, o fluxo de gás com a amostravaporizada passa por um tubo contendo a fase estacionária (FE) (colunacromatográfica), onde ocorre a separação da mistura.
A cromatografia gasosaé realizada a partir de um instrumento que necessita de componentes básicos quesão: sistema de gás de arraste, sistema de injeção de amostra, colunascromatográficas e sistemas de detecção (SKOOG et al., 2007).
Nessa técnica pode serusado vários tipos de detectores, como captura de elétrons (DCE), o deionização em chamas (DIC) e o de nitrogênio e fósforo (DNP). A CromatografiaGasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM) é a de eleiçãocomo de confirmação, independentemente da matriz biológica enfocada, dada a suaespecificidade. A combinação entre a técnica de imunoensaio para triagem eCG-EM para confirmação é frequentemente mais usada.
Produtos opiáceos comoheroína, ópio, codeína e semente de papoula são identificados nas amostras deurinas de usuários utilizando a técnica de CG-EM, bem como a determinação deEsteróides Androgênicos Anabólicos. A cromatografia gasosa acoplada aespectrometria de massas também é um método validado para a separação,identificação e quantificação de 23 benzodiazepínicos e seus derivados. É ummétodo com alta seletividade, sensibilidade e confiável para a análise decompostos em amostras de sangue humano. É um método que possui aplicação nainvestigação de casos clínicos específicos e de interesse forense (RONSANI,2010).

Cromatografia Gasosa acoplada àespectrometria de massas

A Cromatografia Gasosaacoplada à espectrometria de massas é uma das técnicas analíticas maisutilizadas nos laboratórios forenses, pois ela possui um alto poder deresolução. Sendo sua única limitação deste método a necessidade de que aamostra seja volátil ou estável termicamente, embora amostras não-voláteis ouinstáveis possam ser derivadas quimicamente (SKOOG et al., 2002).
Para a análise doambiente forense, a técnica permite a examinação completa de uma grande variedadede compostos químicos, pois a Cromatografia gasosa separa os componentes de umamistura, enquanto o espectrômetro de massas fornece a informação estruturalsobre cada um deles (RONSANI, 2010).Ocorre da seguinte maneira: uma pequena amostra é injetada no cromatógrafo agás. Ela será vaporizada e arrastada por um fluxo de gás inerte para dentro deuma coluna capilar, onde o seu interior é revestido com uma fase estacionáriade baixa polaridade. Na medida em que as moléculas vão passando pela coluna, avelocidade com que elas se movimentam vai depender dos seus pontos de ebuliçãoe do grau de afinidade pela fase estacionária. Quando os componentes da misturasaem pela coluna são transportados para o espectrômetro de massas, onde asmoléculas serão bombardeadas por elétrons; os íons e os fragmentos sãoconstituídos, e o espectro de massas mostrará o resultado (SKOOG et al., 2007;SOLOMONS, 2005). Dessa forma a análise fornecerá um resultado sem margem dedúvidas, no momento de fornecer os laudos periciais (SOUSA & LUCENA).

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência(HPLC ou CLAE)

A HPLC é uma técnicaque possibilita as análises e separações de uma ampla gama de compostos comalta eficiência. Tem sido utilizada em várias áreas da ciência. As separaçõesem HPLC podem se dar por adsorção, partição ou ambos os meios A versatilidadedessa técnica reside no grande número de fases estacionárias existentes (SKOOGet al, 2002).
As fases móveisutilizadas em HPLC devem possuir alto grau de pureza e estarem livres deoxigênio ou outros gases dissolvidos, sendo filtradas e desgaseificadas antesdo uso, além disso, a bomba deve proporcionar ao sistema, uma vazão contínuasem pulsos e com alta reprodutibilidade, possibilitando a eluição da fase móvela um fluxo adequadamente. As válvulas de injeção usadas possuem uma alça deamostragem para a introdução da amostra com uma seringa e duas posições, umapara o preenchimento da alça e outra para sua liberação para a coluna. Ascolunas utilizadas em HPLC são geralmente de aço inoxidável, com diâmetrointerno de cerca de 0,45 cm para separações analíticas e na faixa de 2,2cm para reparativas. O comprimento das colunas variam de 10-30 cm, e essas sãoreaproveitáveis, sendo empacotadas com suportes de alta resolução. O detectormais utilizado para separações por HPLC é o detector de ultravioleta. Oregistro de dados pode ser feito através de um registrador, um integrador ou ummicrocomputador.

Segundo Skoog et al (2002), a comparação entre aHPLC e CG (Tabela 1) diz que ambos os métodos são eficientes, altamenteseletivos e amplamente aplicados, exigem de uma pequena quantidade de amostra,podendo ser não destrutivos.

Tabela 1: Comparaçãoentre a HPLC e a CG
Vantagens da HPLC

Vantagens da CG



Equipamento simples e de baixo custo.

Pode separar compostos não-voláteis e
termicamente instáveis.
Pode ser aplicada de forma geral a íons
inorgânicos.

Rápida.
Resolução incomparável (com colunas capilares).
Fácil de ser interfaceada a espectrômetros de massas.





Fonte: SKOOG et al, 2002.






A HPLC com MS (HPLC-MS)é atualmente a tecnologia de maior eficiência na química aplicada à criminalística.A HPLC-MS permite detectar uma variedade de substâncias ilegais no combate aocrime organizado entre elas o álcool, maconha e cocaína, como também obter umperfil químico das drogas apreendidas, detectando tanto a droga quanto seusinterferentes que a constituem.

Spot Test

O spot test aplica-se areações químicas sensíveis e seletivas em que a principal característica é amanipulação de pequenos volumes da substância desconhecida e do(s) reagente(s).Caso o resultado da reação entre o(s) reagente(s) e a substância desconhecidaseja positivo, o produto formado pode ser identificado a olho nu, seja pormodificação de cor ou por formação de precipitado. Este método é aplicáveltanto para compostos inorgânicos como orgânicos e, em geral, são procedimentosextremamente simples, rápidos e de baixo custo.
Existemvários procedimentos que utilizam spot test como, por exemplo,determinação de ácido acetilsalicílico,metildopa, hidroclorotiazida, dipirona e urotropina emprodutos farmacêuticos. A determinação de potássio em soro sangüíneo, adetecção de espécies adulterantes em urina, análise quantitativa de Fe(III) em aço sintético, o controle de nitritos em água ea determinação do cátion amônio em águas residuárias.

Imunoensaios

A técnica deimunoensaio enzimático é amplamente utilizada nos dias de hoje em diversasáreas de diagnose e uma de suas aplicações é na detecção de fármacos e drogasde abuso como cocaína, maconha, benzodiazepínicos, barbitúricos, anfetamínicos,opióides, dentre outros. Uma das principais limitações desta técnica é a suaaplicação estar restrita a matrizes biológicas menos complexas como plasma,soro ou urina. Uma vez que em análises toxicológicas com finalidade forense omaterial mais adequado, dentre os disponíveis é o sangue total.
Os métodosimunoenzimáticos são amplamente utilizados como métodos de rotina na análise defármacos em fluidos biológicos ou em outras matrizes, podendo ser utilizado demaneira mais restrita ou mais abrangente, sendo assim bastante utilizada porlaboratórios de grande ou pequeno porte, variando desde análise de uma únicaamostra até métodos automatizados, capazes de realizar centenas de análises pordia.
Em relação à distinção dos tipos deimunoensaios disponíveis, todos baseiam-se no princípio de interação entreantígenos (as moléculas alvo) e anticorpos. Quando aplicado para testes desubstâncias, a técnica de imunoensaio utiliza um anticorpo especifico para oxenobiótico ou para a classe de fármaco a ser analisada e um modeloclassificado da mesma droga ou anticorpo com a finalidade de gerar um sinalmensurável.
Os imunoensaiosconstituem técnicas de triagem para análise de fármacos e drogas de abuso, emfunção de sua baixa especificidade e conseqüentemente grande número de falsospositivos, outra característica nos imunoensaios, é o desenvolvimento de kitsem sua grande maioria para analises em urina. O Syva ETS® Plus System é uminstrumento automatizado do sistema reagente, projetado especificamente para aseleção preliminar de fármacos de abuso em urina, análise qualitativa de váriosanalitos em soro e a análise quantitativa de álcool etílico na urina, soro ouplasma. O analisador possui um painel completo de acesso aleatório e umcarrossel projetado para analisar 16 amostras de urina. Os analisadores EMITsão amplamente utilizados para a monitorização terapêutica de fármacos em soroou plasma e detecção de fármacos de abuso em urina.
Os Imuno Ensaios de Fluxo Lateral,mais conhecidos como RDS – RapidDrug Screen são excelentes mecanismos de TRIAGEM QUALITATIVA (Screening Test) para identificação de uso dedrogas. Tratam-se de kits de testes de drogas, para verificação de positividadede substâncias entorpecentes, realizadas pela reação da URINA com o reagente. Apresenta-se como um dispositivocromatográfico absorvente, no qual a droga ou metabólitos, na amostra de URINA compete com o conjugado da drogaimobilizada por uma membrana porosa por sítios limitados de anticorpos. Como aamostra teste flui através do dispositivo absorvente, a droga livre, naamostra, compete com o conjugado do antígeno imobilizado na área teste pelaligação do conjugado de cor – anticorpo, formando um complexoantígenoanticorpo, impedindo a formação de uma faixa de cor de rosa.
Quando o nível dedetecção da droga for = ou superior a 50 ug/ml, o conjugado (cor anticorpo)está livre para ligar ao antígeno imobilizado na área teste, produzindo umafaixa de cor de rosa. Além disso, o conjugado de cor não se liga ao reagente naárea controle, produzindo uma faixa cor de rosa de mostrando que o reagente eos dispositivos estão funcionando corretamente. Uma amostra negativa apresentaduas faixas distintas de cor. Tanto na área teste quanto na área controle. Jáuma amostra positiva produz apenas uma faixa colorida na área controle.
Enzimo Imuno Ensaios (EIA) e Radio Imuno Ensaio (RIA) sãometodologias aplicadas somente para drogasem URINA, por autorização deórgãos internacionais. Somentediferem dos Imuno Ensaios por requererem equipamentos e aparelhos que tornam mais sensíveis a identificação da amostra realizando também análises semi-quantitativas, usando calibradores negativos, médio e alto,oferecendo resultados confirmatórioscom características de performances de análises semi- quantitativas, comprecisão em Toxicologia Clínica. A diferença principal do EIA para oRIA (EM URINA) é que o primeiro (EIA) usa ENZIMA paramarcação de drogas, e o segundo (RIA) usa indicadores radioativos.



AMOSTRA
MÉTODOS
FÁRMACOS DE ABUSO
URINA
EMIT
ANALITOS
SORO
EMIT
ÁLCOOL ETÍLICO
URINA,SORO OU PLASMA
EMIT
FÁRMACOS
SORO OU PLASMA
EMIT
DROGAS
URINA
RDS
DROGAS
URINA
EIA
DROGAS
URINA
RIA



DESCRIÇÃODO CASO

R.S.V., 46 anos, sexofeminino, foi vítima de um acidente de trabalho ocorrido em 2010 em umaindútria química onde trabalhava. Foi encontrada desacordada, pulso irregular,insconsciente e com queimaduras leves na pele na região do braço e face. Aperícia constatou que houve um rompimento de uma tubulação de cloro (Cl2),vazando o gás pelo local. Parentes da vítima afirmam que ela tem complicaçõesrespiratórias, porém controladas há alguns anos. Por se tratar de um gásirritante e de rápida difusão, as medidas de controle deveriam ter sido tomadaslogo após o ocorrido, com a utilização de medicamentos e suporte básico deurgência adequados, fato este que não ocorreu, caracterizando certanegligência. Porém, ao ser hospitalizada, realizaram aspiração brônquica, paraposterior análise histológica, e determinação de gases sanguíneos, a fim dequantificar os níveis de cloro no sangue. Os resultados confirmaram lesões anível bronquiolar (provocados pela irritação do gás), constatando danos àsestruturas ciliares e às células pseudoestratificadas nessa extensão do tratorespiratório. Quantificaram 1245ppm do gás na circulação sanguínea de R.S.V.(dose letal de 1000ppm). Embora administrado aminofilina e vasoconstritoreslocais (para as vias aéreas superiores), ela não resistiu.


DISCUSSÃO

O cloro tem um odorforte e característico, sendo detectável a partir de uma concentração mínima noar. Pode causar graves queimaduras nos olhos e na pele em sua forma líquida. Noar, o vapor causa um efeito sufocante e irritante, podendo causar edema pulmonar.1000 ppm é uma dose letal após algumas inspirações.
Como atendimento deurgência, poderiam ter utilizado aminofilina para tratar o broncoespasmo, alémde oxigênio para umidificar e medicamentos antitussígenos e anticongestionantesquando necessário.
Ocloro (Cl2) é um gás irritante e sua ação se deve à sua baixasolubilidade em água formando ácido clorídrico (HCl). Ao atravessar a membranacelular por difusão passiva forma radicais livres de oxigênio, e estesjuntamente com os íons reagem com vários outros compostos intracelularespresentes na célula para formar cloroaminas e oxidar grupos contendo enxofre.Isso resulta em edema inflamatório imediato no trato respiratório, destruiçãoda mucosa bronquial, infecções bacterianas secundárias, entre outros.


CONCLUSÃO

Para que uma análisetoxicológica seja efetiva é necessário que a coleta seja realizada de maneiraadequada, para isto deve ser observado o tipo de material analisado (urina,cabelo, esperma, entre outros), o acondicionamento das amostras, requisição dosexames e garantia da cadeia de custódia, além disso, deve ser levado em conta otipo de análise (microbiológica, genética ou toxicológica).
Assim é necessárioanalisar o quanto antes possível para detectar o toxicante e proceder aoscuidados adequados em relação ao paciente, garantindo a eficácia do tratamento,evitando danos ou mesmo a morte do indivíduo.
Portanto todos oscuidados com a amostra, realizados dentro das boas práticas estabelecidas,devem ser cumpridas, certificando assim um resultado idôneo para prosseguir como tratamento apropriado.





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