segunda-feira, 9 de abril de 2012

OS TOXICANTES NAS DIVERSAS ATUAÇÕES DO FARMACÊUTICO

RISCO OCUPACIONAL PELA EXPOSIÇÃO AOS RAIOS X

RAIOS X

Introdução

A radiologia médica constitui importante ferramenta de diagnóstico em relação à característica do estado dos ossos e tecidos moles dos seres humanos. Através do uso de técnicas de investigação, seja por imagens radiográficas obtidas em aparelhos de Raios X, tomógrafos, mamógrafos, fluroscópios e outros equipamentos, é possível visualizar órgãos e/ou tecidos cujas técnicas convencionais de diagnóstico não possibilitem tais informações.

As atividades desenvolvidas nos setores de radiologia, ou seja, os Raios X, representam técnicas que utilizam feixes de raios X onde a energia é expressa em quiloelétron-volt (KeV). Essa energia está associada Às condições oporeacionais do equipamento, ou seja, na medida em que aumenta ou diminui a energia do feixe dos raios X e consequentemente o seu poder de penetração na matéria.

O geradores de raios X emitem radiação apenas durante o tempo de disparo. Assim, as normas de segurança em relação aos profissionais expostos nas instalações dependerão do estado e da qualidade do equipamento, bem coo a forma de sua manipulação. É preciso também avaliar o local onde o operador de raios X (técnico em radiologia) se encontra durante a emissão da radiação, observando a distância entre a fonte e a pessoa exposta.

A exposição Ocupacional

Embora a exposição ocupacional ocorra nos mais diferentes processos de trabalho, a ICRP (International Commission on Radiological Protection) limita a sua conceituação àquelas exposições “que podem razoavelmente consideradas de responsabilidade da empresa” Isto significa que a exposição ocupacional está diretamente relacionada ao regime de trabalho assalariado no qual os procedimentos e o controle da radiação estão sob organização e responsabilidade da instituição ou do empregador que organiza e controla o trabalho.

Limite de dose e exposição

Quando se leva em consideração o tipo de radiação (por exemplo: raios X ou gama, elétrons, prótons, nêutrons e partículas alfa), a grandeza dose absorvida passa a ser denominada de dose equivalente, atribuindo-se a mesma uma nova unidade: o sievert (Sv). Se, além disso, for considerada a radiosensibilidade do tecido ou órgão atingido, a dose equivalente recebe a denominação de dose efetiva, caracterizando a partir de então uma grandeza de radioproteção propriamente dita.

O conhecimento dos níveis de doses em radioproteção é um passo importante para a avaliação dos riscos associados às exposições individuais ou coletivas. Com isso, instituições internacionais recomendam limites de doses para trabalhadores e membros do público, objetivando restringir esses riscos.

De acordo com a ICRP, o limite de dose efetiva em exposições ocupacionais é de 20mSv por ano, com a flexibilidade de ir até 50 mSv em um único ano, desde que a dose efetiva total em cinco anos consecutivos não exceda 100 mSV.

Limites adicionais se aplicam ao cristalino (150 mSv por ano) e às mãos e pés (500 mSv por ano), por estes tecidos poderem não estar adequadamente protegidos pelo limite de dose efetiva. Para exposições ao público, o limite é de 1 mSV por ano, com uma flexibilidade de um valor médio em cinco anos para “circunstâncias especiais” Para mulheres grávidas, as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície do abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período. Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios X, exceto em treinamentos, já estudantes com idade entre 16 e 18, em estágio de treinamento profissional, as exposições devem ser controladas de modo que os a dose efetiva anual não exceda 6 mSv.

Monitoramento

Levando-se em consideração os conhecimentos atuais do Brasil, os trabalhadores expostos à radiação ionizante deveriam submeter-se periodicamente a avaliações que possam caracterizar precocemente efeitos determinísticos nos órgãos alvos (pele, sistema hematopoético, sistema endócrino, sistema neurológico), e exames dos efeitos estocásticos, como mutagenicidade ou alterações de DNA. De a acordo com o Programa de Controle de Saúde Ocupacional (PCMSO), os exames médicos admissionais e periódicos são elementos importantes para os trabalhadores ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes. Parâmetros de monitorização da exposição ocupacional devem ser realizados, como a realização de hemograma completo e a contagem de plaquetas na admissão e a cada semestre no exercício das funções.

MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO

Podemos definir a radioproteção como o conjunto de medidas que devem ser seguidas para a manutenção dos níveis de radiação ionizante dentro dos limites estabelecidos pelos institutos oficiais, visando a proteção do homem e do meio ambiente contra os efeitos indesejáveis causados pela exposição à radiação.

Equipamento de proteção individual (EPI)

Nos laboratórios onde ocorre manipulação de material radioativo, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são dispositivos compostos de material altamente atenuante à base de chumbo e seu uso deve constituir uma prática corrente. Protetores faciais (óculos e máscaras), roupas de proteção, protetores de tireóide, luvas de látex ou vinil são alguns dos assessórios essenciais para diminuir os riscos de contaminação.

O uso de protetores de sapatos evita a contaminação de outras áreas externas ao laboratório de pesquisa, uma vez que são retirados e descartados em locais apropriados.

Dosímetros

O dosímetro é um dos equipamentos de proteção radiológica fundamentais. Com o uso imprescindível do dosímetro conseguimos diagnosticar se o profissional da área de radiologia foi exposto a radiação ionizante e também o quanto ele foi exposto. O dosímetro mais confiável é o termoluminescente, entretanto o dosímetro com filme radiográfico também é muito usado e eficaz na dosagem de radiação ionizante recebida pelo seu usuário.

Dosimetria Termoluminescente (TL)

Os dosímetros termoluminescentes são amplamente utilizados em radioterapia para medir a dose absorvida liberada nos pacientes submetidos a tratamentos radioterapêuticos. É uma das técnicas mais comumente utilizada na dosimetria in vivo. As suas aplicações típicas são a avaliação da dose em órgãos críticos assim como medidas em geometrias difíceis.

Dosimetria citogenética

Utiliza aberrações cromossômicas (dicêntrico e anel céntrico) formadas nos linfócitos sanguíneos periféricos (LSP) expostos à radiação ionizante e que relaciona a frequência destas aberrações radioinduzidas com a estimativa de dose absorvida tanto in vitro quanto in vivo.

AMARAL, a.: Radioproteção na Pesquisa Biológica - Grupo de Estudos em Radioproteção e Radioecologia (GERAR) - Departamento de Energia Nuclear, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Disponível em

http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/ademiramaral.htm

ANVISA

Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998
D.O.U. 02./06/98

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